sexta-feira, 2 de novembro de 2012


AH! ESSAS NOSSAS AMASSADURAS DA ALMA!










Caminhando, ( sempre caminhando!), descobri que o melhor passo a dar é dissolver, primeiro, todos os obstáculos, conscientes e inconscientes, que impedem a livre manifestação do Grande Eu em nossas vidas.
Até que os obstáculos conscientes podem  parecer mais fáceis de serem dissolvidos. Mas, digo, podem  parecer! Pois nem sempre o fato de identificarmos, racionalmente, o obstáculo , torna menos árdua a tarefa de removê-lo.
Notei que grandes obstáculos são aqueles que tomam a forma de medos ou de sentimentos de menos valia.
Pois, como estaremos de coração aberto para receber uma profusão de bênçãos e riquezas se, lá no fundinho, não nos achamos merecedores?
Podemos afirmar, com e por palavras, que somos merecedores de receber o bem que desejamos. Mas, vocês já sentiram , alguma vez, que isso soava como mentira e que isso incomodava ao ser mentalizado ou proferido?
Pois é! Por certo há alguns fantasmas , no porão, sugando a nossa energia, a nossa confiança, impondo-nos a dúvida de sermos, efetivamente, merecedores da vida bacana que queremos criar para nós.
Tudo pode nascer num sentimento meio vago de não-pertencimento.
Para mim, é a vaga sensação que mais incomoda pois está sempre ali mostrando que você não está incluído em canto algum, em nenhum grupo.
Clarice Lispector fez um lindo texto sobre esse sentimento de não-pertença. Ela poetizou esse sentimento de não-inclusão que nasce na nossa infância até por detalhes da própria vida, mas que, dependendo da sensibilidade individual , assume forma e proporção inquietantes.
Assim, podemos ter esse sentimento de não-pertencimento ao notar que nossos pais possuem uma intimidade da qual nós não somos convidados a partilhar todos os momentos, podemos notar que eles tem uma linguagem diferente da nossa e que somos proibidos de adotá-la, sabemos que certos assuntos não são discutidos na nossa frente e que, por vezes, somos convidados a nos retirar do recinto para que a conversa dos adultos flua normalmente. E, por aí, vai...
Quando pequenos, podemos nos achar excluídos. O problema é quando tal sentimento ultrapassa a infância e grava nossa emoção, dando-nos a sensação  , quando adultos, de não pertencermos nem a nada e nem a ninguém.
Eva Pierrakos costumava apontar que já nascemos , nesse plano,  com certas " amassaduras" de alma. E que essas amassaduras é que determinariam o porquê de um fato gravar emocionalmente mais uma pessoa que a outra.
Realmente acredito que já nascemos propensos a gravar determinadas emoções , uns mais do que outros. Um mesmo fato, quando criança, pode marcar mais a mim, paralisando-me no futuro, do que a você, que foi capaz de lê-lo de maneira menos marcante, por exemplo.
Dessa forma, para uns,  é mais fácil superar um divórcio,  do que para  outros.
Para aqueles cujo sentimento de não-pertencimento seja um obstáculo , aprendi que a melhor forma de lidar com ele é reconhecendo o Sagrado dentro de nós. Independentemente de religião ou credo , o fato de saber que pertencemos a algo maior que nossa família, ou nosso grupo, é extremamente libertador.
Tal qual o sentimento de não-pertencimento, há outros medos dentro de nós que impedem o livre fluxo do Divino.
O medo da rejeição é outro forte empecilho. Ninguém está totalmente entregue ao Sagrado se tiver medo de ser rejeitado por Ele.
Sentir-se incluído no Divino, sentir-se fazendo parte do Divino, é um ótimo primeiro passo.
Colocar uma música calma, new age ou mantras específicos, respirar a melodia, o ritmo, acalmar a mente e se conectar...tudo de bom!
Há dias em que sinto vontade de mantrar sons para remover os obstáculos que impedem a manifestação do Grande Eu na minha vida.
O meu preferido é o mantra: OM GAM GANAPATAYE NAMAHA!
Dedicado ao deus Ganesh, quando entoo os sons, mentalizo a dissolução de todas as amarras emocionais e espirituais da minha vida.
Adianto-lhes que não venero esse deus, mas , entro na sua energia, que é a energia da dissolução de obstáculos.




 O vídeo que coloquei acima é apenas uma sugestão. Há varias melodias e ritmos para se entoar o mantra. Procure, no youtube, a que mais lhe agrada e sensibiliza.
Mas, veja, essa fórmula funciona para mim.  Caso não sinta  esse tipo de meditação tocar-lhe o coração, não insista, mude para outra forma de acessar o Divino dentro de si.
Como é corrente dizer, toda forma de amor vale a pena. No caso, toda forma de meditação, de conectar você , é certa se ela funciona para você.
Você é criador de seu mundo e qualquer instrumento do qual você se utilize para criá-lo será maravilhoso.
A única restrição que faço , mas por que o instrumento não se coadunaria com minha crença pessoal de focar somente em coisas positivas, são as preces que contenham muitas palavras de sofrimento , muitas palavras implorando por um Deus que poderia, ou , não, atender nossos pedidos.
Se confio nas palavras do Mestre Jesus que todo pedido é atendido pelo Pai, não posso valer-me de preces com alto poder de aflição, admitindo a ideia de que poderá não ser atendido o meu pedido.
Portanto, quando oro, ou o faço com minhas palavras ou, se for me valer de preces de repetição, opto por preces com palavras de glorificação da vontade de Deus nas nossas vidas de nos dar o melhor.
Mãos à obra, então! Dissolvendo obstáculos!

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